sexta-feira, 13 de março de 2009

Charles e Camila visitam ONG na favela Nova Holanda, na Maré

O DIA -Lá se vão sete anos desde a última visita do herdeiro do trono britânico ao Brasil, mas o tempo não apagou de sua memória o gingado carioca. No Complexo da Maré, onde conheceu um projeto social, o príncipe Charles entregou-se novamente ao ritmo brasileiro tocando chocalho diante de três mulatas. Pela quarta vez no País, lembrou que na primeira, em 1978, sambou com uma “moça seminua”, referindo-se a Pinah, então passista da Beija-Flor.
“Recebi proposta de sambar de novo com ela agora. Os senhores acham que devo aceitar?”, brincou o Príncipe de Gales, antes de discursar, pela manhã, no Palácio do Itamaraty, no Centro.
Para platéia de 150 empresários, ele falou sobre alternativas para proteger o planeta das mudanças climáticas, ressaltando que o crescimento econômico pode ser importante aliado. Ele recebeu do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes cópia do dossiê de candidatura do Rio para as Olimpíadas de 2016. Cabral fez um pedido a Charles em favor da cidade.
Com 50 minutos de atraso, apesar de britânicos, o príncipe e a esposa, a duquesa da Cornualha, Camilla Parker Bowles, chegaram às 14h50 à Favela Nova Holanda, onde havia forte esquema de segurança, que incluía até PMs nas lajes. O casal real foi recebido por centenas de moradores e sambistas do Gato de Bonsucesso, 7ª colocada no Grupo D.
Acostumada com a realeza no Carnaval, a ex-rainha de bateria e passista da agremiação, Clemilda Cruz, 39, a Nega, ficou intimidada com os olhares reais. “Sambei nervosa. Ele olhava a gente dos pés à cabeça”, lembrou.
Charles e Camilla conheceram a sede da ONG Luta pela Paz, fundada há 8 anos pelo antropólogo inglês Luke Dowdney, que fez o convite a Charles. O príncipe brincou com uma estrela do projeto, o lutador Roberto Custódio, 22, que nasceu na comunidade e integra a Seleção Brasileira Amadora de Boxe. “Ele pediu pra eu não bater nos ingleses”, riu.
Na saída, a moradora Elizeth Maria Pacheco, 50, furou bloqueio e tentou entregar carta a Charles, mas foi detida. “Só queria dizer que minha casa está caindo e eu preciso de ajuda!”, gritou, num protesto solitário.

Quem sou eu

Minha foto
Luciano Bonitão é formado em Comunicação pela PUC-RJ (turma do Henry Sobel) e só não terminou o mestrado porque a ponta do lápis quebrou. Declarações de amor, pedidos de emprego e contatos para shows: blogdobonitao@gmail.com