
“Recebi proposta de sambar de novo com ela agora. Os senhores acham que devo aceitar?”, brincou o Príncipe de Gales, antes de discursar, pela manhã, no Palácio do Itamaraty, no Centro.
Para platéia de 150 empresários, ele falou sobre alternativas para proteger o planeta das mudanças climáticas, ressaltando que o crescimento econômico pode ser importante aliado. Ele recebeu do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes cópia do dossiê de candidatura do Rio para as Olimpíadas de 2016. Cabral fez um pedido a Charles em favor da cidade.
Com 50 minutos de atraso, apesar de britânicos, o príncipe e a esposa, a duquesa da Cornualha, Camilla Parker Bowles, chegaram às 14h50 à Favela Nova Holanda, onde havia forte esquema de segurança, que incluía até PMs nas lajes. O casal real foi recebido por centenas de moradores e sambistas do Gato de Bonsucesso, 7ª colocada no Grupo D.
Acostumada com a realeza no Carnaval, a ex-rainha de bateria e passista da agremiação, Clemilda Cruz, 39, a Nega, ficou intimidada com os olhares reais. “Sambei nervosa. Ele olhava a gente dos pés à cabeça”, lembrou.
Charles e Camilla conheceram a sede da ONG Luta pela Paz, fundada há 8 anos pelo antropólogo inglês Luke Dowdney, que fez o convite a Charles. O príncipe brincou com uma estrela do projeto, o lutador Roberto Custódio, 22, que nasceu na comunidade e integra a Seleção Brasileira Amadora de Boxe. “Ele pediu pra eu não bater nos ingleses”, riu.
Na saída, a moradora Elizeth Maria Pacheco, 50, furou bloqueio e tentou entregar carta a Charles, mas foi detida. “Só queria dizer que minha casa está caindo e eu preciso de ajuda!”, gritou, num protesto solitário.