
"Isto é mastigar. Não é porque mastigo que sou viciado em drogas. Se for assim, (Antonio María) Costa (responsável da ONU para a luta antidrogas e presente na sala) deveria me levar preso", acrescentou. "Esta folha de coca é medicina para os povos. Não é prejudicial para a saúde humana em seu estado natural", frisou Evo, que voltou a ser aplaudido pelos participantes de uma reunião da Comissão de Narcóticos (CDN, na sigla em inglês) da organização.
"Eu sou produtor desta folha de coca. Não é porque sou produtor que sou narcotraficante", acrescentou o presidente, pedindo que a legislação internacional seja adaptada para uma nova realidade. "Esta folha de coca é medicina para os povos. Não é prejudicial para a saúde humana em seu estado natural", frisou.
"Venho com muito respeito pedir que corrijam um erro histórico", disse Evo, ao criticar o fato de a folha de coca ter sido incluída no Convenção de Entorpecentes da ONU de 1961.
Durante a reunião, o presidente boliviano relatou sua experiência pessoal como usuário da folha de coca para provar aos presentes que a planta não causa danos nem dependência. "Consumi intensamente folha de coca durante dez anos, quando trabalhava na agricultura, e não me sinto desnutrido. E tenho 50 anos!", declarou.
O chefe de Estado também disse que o consumo de folha de coca já era comum três mil anos antes de Cristo e que não é possível eliminar uma prática tão antiga. Evo argumentou que proibir a folha de coca "constitui um atentado contra os direitos dos povos indígenas", que a planta não tem efeitos negativos e que, "como presidente", não pode "pedir algo que faça dano à humanidade". Além disso, o presidente e líder cocaleiro reafirmou que lutará "de maneira frontal contra a cocaína, o narcotráfico e as drogas".