
Duque não integrava o Conselho de Ética quando transferiu o assessor de seu gabinete. Em novembro do ano passado, seu nome passava longe de qualquer especulação para presidir esse colegiado, responsável por investigar a conduta parlamentar. Ontem, o Estado procurou Luiz Eustáquio Martins na sala onde ficam os funcionários do Conselho de Ética. No local, a reportagem apurou que ninguém conhece o advogado.
O chefe de gabinete de Paulo Duque, Zacheu Barbosa Teles, admitiu que Martins, na verdade, é assessor do senador, e não do Conselho de Ética. - É assessor há muitos anos - afirmou. O advogado foi parar no órgão, segundo Zacheu Teles, para resolver um problema de falta de vaga no gabinete de Duque. - Foi um negócio de vaga, alguma coisa assim, foi preciso fazer umas trocas - explicou.
Duque passou a integrar o Conselho de Ética no começo do mês, quando foi indicado pelo PMDB e eleito, no dia 15, para presidi-lo com a missão de evitar a abertura de processo contra o presidente José Sarney (PMDB-AP), alvo de denúncias de nepotismo, desvio de verbas de Petrobras e envolvimento nos atos secretos. Naquela semana, Duque defendeu Sarney e esbanjou frases polêmicas. - A opinião pública é muito volúvel - disse. Ele não contou, porém, que mantém um assessor escondido na lista de funcionários do próprio Conselho de Ética desde novembro.