O DIA - O escândalo do mensalão no Distrito Federal (DF) pode levar à cassação do governador José Roberto Arruda (DEM) e afetar o carnaval da Beija-Flor, que tem contrato de patrocínio de R$ 3 milhões com o governo do DF. Ontem, dois advogados de Brasília deram entrada na Câmara Distrital com pedido de impeachment de Arruda e do vice Paulo Otávio. Já o DEM, partido dos dois políticos, abriu processo para expulsar Arruda, mas decidiu dar oito dias para ele se explicar.O governador é acusado pela Polícia Federal (PF) de liderar esquema de corrupção que pagava mensalão a deputados e secretários do governo do DF. Relatório entregue pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à PF ontem, mostra que pelo menos dez envolvidos no caso, que já está sendo conhecido como ‘mensalão do DEM’, tiveram movimentação financeira atípica a partir de 2004. De acordo com as investigações, o esquema teria começado a funcionar em 2006, durante a campanha eleitoral. O dinheiro arrecadado com empresas prestadoras de serviços para o governo do DF teria sido usado para pagar apoio de deputados distritais.
Ontem, manifestantes protestaram em frente à casa oficial do governador e da Câmara Legislativa. Eles distribuíram panetones e desfilaram com dinheiro nas meias. No Congresso, a manifestação foi proibida por seguranças, que recolheram panetones.
A debandada política continuou no governo. Depois do PPS, PDT e PSB terem entregue seus cargos na segunda-feira, o PSDB anunciou ontem que também está abandonando o governo. O presidente regional do partido no DF, Márcio Machado, que ocupava a Secretaria de Obras, foi acusado de também receber propinas do esquema.
